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O transporte ferroviário no Brasil possui uma rede de 30.129 quilômetros de extensão, dos quais 1.121 quilômetros são eletrificados, espalhados por 22 estados brasileiros mais o Distrito Federal. A grande maioria das ferrovias brasileiras atuais é para transporte de carga ou transporte urbano de passageiros; só sobreviveram duas ferrovias para transporte de passageiros a longa distância: a Estrada de Ferro Carajás e a Estrada de Ferro Vitória a Minas.

O país possui ligações ferroviárias com Argentina, Bolívia e Uruguai e chegou a possuir 34.207 quilômetros, porém, crises econômicas e a falta de investimentos em modernização, tanto por parte da iniciativa privada como do poder público, aliados ao crescimento do transporte rodoviário, fizeram com que parte da rede fosse erradicada.

A implantação das primeiras ferrovias no país foi estimulada por capitais privados nacionais e estrangeiros (principalmente inglês) que almejavam um sistema de transporte capaz de levar (de maneira segura e econômica) aos crescentes centros urbanos e portos do país toda a produção agrícola e de minério produzida principalmente no interior brasileiro. O governo brasileiro também participou da expansão ferroviária, ora iniciando empreendimentos visando a integração do território nacional através desse meio de transporte, ora encampando companhias privadas falidas para impedir o colapso econômico de regiões dependentes desse meio de transporte.

Entre os anos de 1870 a 1930, as ferrovias brasileiras foram as principais responsáveis pelo escoamento da produção agrícola brasileira, sobretudo o café, do interior para os portos e dali articulando-se com a navegação de longo curso. Dificuldades devido aos trechos de trilhos com bitolas diferentes (largura determinada pela distância entre as partes internas das superfícies dos trilhos), construídos por investimentos privados independentes e sem interligação com os sistemas regionais, levaram ao abandono de muitos trechos em favor da construção de rodovias.

Na década de 1950 o Brasil optou pelo sistema rodoviário como forma de alavancar o seu desenvolvimento econômico, já que a produção e venda de automóveis dinamizavam a economia gerando maior volume de empregos e expandindo a produção industrial.

A redução drástica dos investimentos no setor ferroviário levou ao seu sucateamento, principalmente as ferrovias administradas pela RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) - que havia sido criada em 1957 - e pela Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.).

Na década de 1980 não se conseguia pagar as dívidas contraídas nem investir na manutenção do sistema já existente e não se investia na expansão do sistema. A partir da década de 1950 a solução foi fechar os ramais pouco lucrativos e desestruturar a malha. Com isso, a rede ferroviária que na época contava com 37 mil km de trilhos possui hoje cerca de 29 mil km.

Em 1984 foi criada a CBTU (Companhia Brasileira de Transporte Urbano) que assumiu a administração da malha urbana que antes era administrada pela RFFSA e era a mais deficitária.

Nos anos 90, se inicia a desestatização do setor, e as malhas da RFFSA foram privatizadas na seguinte ordem:

Malhas Regionais Data do Leilão Concessionárias Início da Operação Extensão
Oeste 5 de março de 1996 Ferrovia Novoeste S.A. 1 de julho de 1996 1.621 km
Centro-Leste 14 de junho de 1996 Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 1 de setembro de 1996 7.080 km
Sudeste 20 de setembro de 1996 MRS Logística S.A. 1 de dezembro de 1996 1.674 km
Tereza Cristina 22 de novembro de 1996 Ferrovia Tereza Cristina S.A. 1 de fevereiro de 1997 164 km
Nordeste 18 de julho de 1997 Companhia Ferroviária do Nordeste 1 de janeiro de 1998 4.534 km
Sul 13 de dezembro de 1996 Ferrovia Sul-Atlântico S.A. 1 de março de 1997 6.586 km
Paulista 10 de novembro de 1998 Ferrovias Bandeirantes S.A. 1 de janeiro de 1999 4.236 km

Ao realizar as privatizações, o governo pretendia aumentar os investimentos no setor, reduzir os preços dos fretes e reduzir os gastos do governo nesta área.

Transporte ferroviário de carga

Das concessionárias que assumiram após a privatização, houve um rearranjo entre elas nas suas áreas de concessão. Em 1999, a Ferrovia Sul Atlântico mudou de nome e virou América Latina Logística, ao adquirir a concessão de ferrovias na Argentina. A Novoeste e a Ferroban, controladoras da malha Oeste e Paulista, se fundiram à Ferronorte, controladora da Malha Norte, e criaram a Brasil Ferrovias em 2002. Em 2006, após uma crise financeira, a Brasil Ferrovias foi adquirida pela ALL, que passou a controlar, além da Malha Sul, também as Malhas Paulista, Oeste e Norte, totalizando 11.738 quilômetros e sendo a maior operadora ferroviária do país.

Transporte ferroviário de passageiros

Os maiores e mais movimentados sistemas de transporte ferroviário de passageiros do Brasil são, respectivamente: a Estrada de Ferro Carajás (EFC), a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a rede de trens metropolitanos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Já em relação ao transporte metroviário, o maior e mais movimentado sistema do país é o Metrô de São Paulo.


Fontes: www.educacao.uol.com.br
              www.megacurioso.com.br