No dia 03 de fevereiro, a Igreja católica celebra a memória litúrgica de São Brás, bispo, médico e mártir da Armênia. A devoção popular a este santo é grande desde a antiguidade e é ligada a numerosas curas na garganta alcançadas por sua intercessão, a informação é do bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Armando Bucciol.
Segundo Dom Armando, a cura de um menino que havia engolido um espinho de peixe que ficou preso na garganta é o fato que tornou São Brás ligado à intercessão pela dor de garganta. Em alguns locais, na celebração do santo, é concedida a “Bênção da Garganta” — ato feito com duas velas unidas e colocadas no pescoço das pessoas.
As velas abençoadas no dia anterior, na Festa da Apresentação do Senhor, segundo Dom Armando, podem ser usadas para esta bênção e representam todo o belo simbolismo da luz de Cristo, que ilumina a todos com sua vinda e sua palavra. Dom Armando ressalta que existe também uma bênção especial para as velas de São Brás, para recordar que o santo pediu uma vela a uma mãe que o socorreu na prisão levando-lhe comida.
Porém, diante de todo o simbolismo e devoção, Dom Armando alertou para valores e limites da piedade popular. “Antes de tudo, não devemos cair na ‘magia’ e usar esta bênção, como as demais bênçãos, como antídoto contra o mal e dispensar as curas médicas”. Por outro lado, diz dom Armando, quando estes gestos são vividos de forma bela e pura, ajudam a colocar vida, tão frágil e fragilizada, nas mãos de Deus.
“Os ritos, que chamamos de sacramentais, visam unir a vida cotidiana, com suas pequenas mas significativas e às vezes duras realidades, ao Espirito do Senhor que veio transformar, com sua presença, todas as realidades terrenas. Portanto, também a bênção de São Brás, se vivida na fé e na entrega confiante à proteção Divina, adquire pleno sentido”, concluiu Dom Armando.
Fonte: Canção Nova