A roda é uma das brincadeiras mais presentes na infância de muitas crianças de diversas regiões e culturas, e que povoa o brincar, tanto na escola, quanto em casa ou na rua, ao longo de muitas décadas. Para brincar de roda, não é preciso muita coisa, basta dar as mãos, cantar e girar. Em geral, a brincadeira é acompanhada por uma cantiga folclórica, um tipo de canção popular.
Feita pela e para a criança, a música tradicional da infância a embala desde o nascimento e percorre todos os seus passos até a idade adulta. “Carrega os ritmos e molejos da música brasileira; a beleza da nossa poesia popular; os gestos, movimentos e desafios imprescindíveis ao seu desenvolvimento, e a nossa diversidade cultural”, afirma a pesquisadora Lucilene Silva.
Escravos de Jó
Os escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe,
Deixa o zabelê ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá.
Eu entrei na roda
Ai, eu entrei na roda
Ai, eu não sei como se dança
Ai, eu entrei na “rodadança”
Ai, eu não sei dançar
Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um
Tenho sete namorados só posso casar com um
Namorei um garotinho do colégio militar
O diabo do garoto, só queria me beijar
Todo mundo se admira da macaca fazer renda
Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda.
Marcha soldado
Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel
O quartel pegou fogo
A polícia deu sinal
Acorde acorde acorde
A bandeira nacional
Meu limão, meu limoeiro
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Uma vez, tindolelê,
Outra vez, tindolalá.
Peixe vivo
Como pode o peixe vivo
Viver fora d’água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora d’água fria?
Como poderei viver,
Como poderei viver,
Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia?
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Por me ver assim chorando
Sem a tua, sem a tua companhia.
A barata diz que tem
A barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só
A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo!
A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim
A canoa virou
A canoa virou
Por deixá-la virar,
Foi por causa da Maria
Que não soube remar
Siriri pra cá,
Siriri pra lá,
Maria é velha
E quer casar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Eu tirava a Maria
Lá do fundo do mar
Alecrim
Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Oi, meu amor,
Quem te disse assim,
Que a flor do campo
É o alecrim?
Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos
Alecrim do meu coração
Que nasceu no campo
Com esta canção
Se esta rua fosse minha
Se esta rua,
Se esta rua fosse minha,
Eu mandava,
Eu mandava ladrilhar,
Com pedrinhas,
Com pedrinhas de diamantes,
Só pra ver, só pra ver
Meu bem passar
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
É porque, é porque te quero bem
Boi da cara preta
Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta
Não , não , não
Não pega ele não
Ele é bonitinho, ele chora coitadinho.
Fonte: Lunetas